A magia das Olimpíadas
Com pandemia, sem pandemia, com os japoneses apoiando ou não apoiando, a verdade é que as Olimpíadas são um momento mágico no cotidiano da humanidade.
Ainda mais neste ano de pandemia de coronavírus, os jogos são um momento de trégua, de superação e de confirmação do ser humano.
O ser humano é o que é porque é o que é. E ele é bom, tem luz própria, tem alma, espírito e sentimento que empurram o corpo na busca do novo recorde, de ultrapassar o impossível, de fazer melhor porque é o que ele espera de si.
Ver Rayssa Leal, a skatista brasileira, do alto de seus 13 anos, fazer manobras assombrosas é tão impressionante quanto a superação de um nadador batendo um novo recorde ou um corredor exausto arrancar o último fôlego do fundo da alma e cruzar a linha de chegada, tanto faz em que posição, o que conta e emociona é ele chegar.
Os Jogos Olímpicos são a confirmação de nossa capacidade de competir, vencer e perder, com honra, com brio e com orgulho de defender as cores de cada nação. São a confirmação de nossa capacidade de sermos melhores e de melhorarmos a cada dia.
São a certeza de que não somos bestas feras com as presas e os olhos manchados de sangue. São a certeza de podermos fazer melhor a cada dia. São a catarse, a superação do desafio e o encontro com o destino, na ultrapassagem dos limites do corpo na plenitude da mente.
Os Jogos Olímpicos justificam ficarmos acordados até tarde, madrugada a fora, nas noites frias, enrolados num cobertor, enquanto nos espelhamos nos atletas e, mais que torcer, vivemos suas emoções como se fôssemos eles. E rimos e choramos porque é assim é que é. Na vida, vencer é o detalhe. O importante é fazer bem-feito e não fugir da raia.
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