Uma multa alucinada
Um amigo me mostrou uma multa e me contou uma história que escancara a absoluta insanidade do trabalho da CET e de seus agentes.
A multa foi lavrada no fim de novembro de 2018, no final da tarde, e tem graduação média. A infração cometida foi “deixar de deslocar com antecedência o veículo para faixa mais à direita quando for manobrar”.
Confesso que eu, e provavelmente a maioria dos brasileiros, não temos capacidade de entender o que isso quer dizer. Não faz o menor sentido, até porque, se tiver, cai na subjetividade do marronzinho achar ou não que a manobra foi arriscada porque o motorista só mudou para a faixa mais à direita quando o marronzinho achou que a antecedência não foi respeitada.
O que quer dizer isso? Não sei, ou melhor, fiquei sabendo quando meu amigo traduziu a multa, explicando os fatos.
Era um fim de tarde, depois do acidente com o viaduto da Marginal Pinheiros. O trânsito estava uma loucura, grande parte porque a CET, dentro de sua proverbial incompetência, tinha fechado as entradas para a pista expressa. Falha que ela mesmo, reconhecendo a incompetência, corrigiu, abrindo as entradas alguns dias depois.
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Naquele momento, as entradas estavam fechadas e meu amigo estava há mais de 40 minutos se arrastando pela pista local.
Seu destino era a Euzébio Matoso, mas, ao ver o trânsito à sua frente, decidiu sair numa das ruas que desembocam na Marginal depois da Ponte de Cidade Jardim.
Ele realmente não estava na pista da direita, mas como o trânsito estava parado, deu seta e foi, lentamente, mudando de faixa com a anuência dos outros motoristas, até entrar na rua. Foi aí que ele viu o marronzinho com o bloco na mão. A pergunta é: quem acaba com a CET?
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.
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