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Um drone fora de lugar

Ninguém duvida, pilotar um drone deve ser uma sensação maravilhosa. Liberdade e poder completam outras sensações do piloto com o controle nas mãos e o poder de fazer a aeronave voar, obedecendo aos comandos, subindo, descendo, parando no ar.

Piloto de guerra, voyeur, aeronauta, Santos Dumont ressuscitado, tanto faz, a sensação deve ser maravilhosa. Sentir as alturas próximas, o voo livre, a velocidade e a parada no ar, feito helicóptero, mas muito mais moderno, mais controlável, mais emocionante.

Os drones vieram para ficar. No uso militar, bombardeando alvos difíceis e perigosos. Na vida civil, filmando cenas particulares escondidas pelos muros que não protegem a visão do alto, etc.

Quanto para ser visto, xeretado, filmado e revisto, com uma enorme sensação de vitória, igual à do piloto no bunker do deserto americano levando seu drone para bombardear um alvo no deserto do Saara.

Carregar coisas, entregar encomendas, as possibilidades são infinitas. O céu e a imaginação são o limite. Dá para ir e voltar, e ir de novo, e fazer uma ampla curva para a esquerda e voar descobrindo novos espaços, filmando distantes vizinhos trazidos para próximo pelas lentes poderosas da filmadora do drone.

Brincar de agente secreto não tem preço. Brincar de piloto de guerra é melhor ainda. Então, o que leva um piloto de drone a decidir voar na cabeceira da pista do aeroporto de Congonhas?

Será que não lhe ocorreu que poderia causar um acidente sério, a queda de um avião com mais de cem passageiros, porque decidiu voar com seu drone na cabeceira da pista?

Como dizia meu pai, pena que Deus limitou a inteligência, mas não limitou o contrário dela!

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.