1932 e a realidade atual
De 9 de julho a 2 de outubro de 1932, as tropas paulistas, mal armadas, mal treinadas e mal comandadas, com o apoio raquítico de Mato Grosso, lutaram contra a ditadura que governava o Brasil.
Chamada de Revolução Constitucionalista, o maior movimento armado do século 20, no Brasil, tinha como mote uma nova constituição, prometida por Getúlio Vargas, em 1930, mas que ia sendo adiada, transformando o país numa ditatura, comandada pelo caudilho gaúcho com apoio dos “tenentes”, grupo de jovens oficias do exército que, desde a década de 1920, tentava dar novo rumo político à nação.
Representado por uma nova Constituição, o anseio paulista era a possibilidade de manter as importantes vitórias sociais que haviam conquistado ao longo dos últimos 70 anos.
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Como diz o poeta Paulo Bomfim, um dos maiores conhecedores da Revolução de 1932, ninguém morre por uma Constituição, muito menos num país com perto de 80% de analfabetos, o que faz a ideia de Constituição ser algo no mínimo abstrato.
Os voluntários paulistas pegaram em armas porque desejavam manter os avanços sociais que transformaram o estado na potência econômica do país. Soma das vontades, competências e poder econômico dos paulistas tradicionais e dos imigrantes que vieram em massa de todo o mundo para cá, São Paulo era diferente dos demais estados brasileiros.
Ao ver os “tenentes” tentando mudar o duramente conseguido, os paulistas pegaram em armas para defender os valores morais, a ética e o valor do trabalho, a educação e a saúde que eram realidade no Estado.
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Muito mais que uma Constituição, o que moveu os paulistas foram os princípios éticos fundamentais para o funcionamento de uma sociedade.
Pena que nos dias de hoje o Brasil esteja tão distante deles…
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