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O futuro cada vez mais distante

 

O resultado da análise do desempenho dos alunos brasileiros, de acordo com o PISA, nos coloca entre as piores posições de setenta e nove países avaliados em ciências, leitura e matemática.

Abrindo o resultado o quadro fica ainda mais dramático. Nossa situação não é pior porque o desempenho dos alunos das escolas de ponta, todas particulares, melhora o índice geral.

Se apenas os resultados destas escolas fossem considerados, em leitura o país estaria em quinto lugar, ao lado da Estônia, o mais bem colocado entre os países europeus.

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Já se a pesquisa levasse em conta apenas as escolas públicas, a queda seria vertiginosa e o Brasil ficaria em sexagésimo quinto lugar numa lista com setenta e nove países.

Como a análise leva em conta a totalidade do país, a posição brasileira é péssima, com quase metade dos alunos não atingindo o nível básico em nenhuma das três áreas avaliadas.

Se a vergonha é imensa, a realidade é muito mais perversa. O desempenho médio do aluno brasileiro coloca grande parte deles numa situação em que suas chances de sucesso na vida profissional ficam cada vez mais distantes.

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É apavorante, mas em nome das boas intenções, muita demagogia e politicagem, os governos, há décadas, vêm condenando os jovens brasileiros a ficarem para trás na corrida por uma vida melhor.

Ao não os preparar para aprender o mínimo para competir num mundo cada vez mais tecnológico e integrado, a escola nacional está condenando o Brasil a se transformar num país periférico. Isso é péssimo porque, fora das nações desenvolvidas, nossas chances se reduzem e nos condenam a ficar cada vez mais distantes de uma vida digna para todos.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

 

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.