Uma discussão que não leva a nada
O Brasil é um país diferente da imensa maioria das outras nações. Com sua população tendo por base três etnias, o indígena, o branco europeu e o negro africano, o país criou uma sociedade com grande mobilidade social, sendo comum a interrelação de todos os povos que aqui aportaram e que são muitos mais do que os três grupos originais.
Casamentos entre árabes e judeus, mamelucos e japoneses, mulatos e índios, negros e brancos, mulatos e brancos, coreanos e brasileiros, etc. são comuns e fazem a diferença entre o Brasil e os outros países.
Sou próximo de família cujo pai é quatrocentão paulista, a mãe, mineira, é a mistura de quatrocentão com francês e alemão, as filhas, o resultado dessa soma, e os netos, através do sangue do marido da filha, acrescentam à mistura original o judeu e o polonês.
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Tenho um cunhado que casou com filha de japoneses. O que no mundo inteiro seria fantástico, aqui é rotina. As irmãs dela casaram com um negro e um descendente de italianos e regularmente a família se reunia em torno do patriarca japonês para comer sushi e sashimi.
Temos problemas? Sem dúvida, mas nossos problemas são nossos e são completamente diferentes dos problemas dos Estados Unidos. Nossos problemas passam pela omissão do governo imperial na criação de fontes de formação educacional e profissional para os ex-escravos.
Nossos preconceitos, mais sociais do que raciais, passam pela falta de comprometimento dos governos com a solução dos dramas nacionais: saúde, educação, moradia, saneamento básico e segurança pública.
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De acordo com o IBGE, nossa população divide-se em cinco grupos: os brancos (47,51%), os pretos (7,52%), os amarelos (1,1%), os pardos (43,42%) e os indígenas (0,43%). Os pardos englobam os mulatos, mamelucos e cafuzos, que são os herdeiros da miscigenação das três etnias originais.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.