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O lado mais negro da pandemia

 

O coronavírus é uma pandemia. Pandemia é uma epidemia global, ou uma série de epidemias que se espalham pelos países, cobrando seu preço em suor, sangue e vidas.

O coronavírus não é uma pandemia altamente letal, mas é uma epidemia rápida, sua capacidade de expansão é impressionante e capaz de sobrecarregar todo e qualquer serviços de saúde do planeta.

Então, o que o governo brasileiro está fazendo está certo. A melhor forma de impedir o colapso do SUS é retardar a expansão do vírus e a forma mais eficiente de se chegar lá é evitar o contato entre as pessoas.

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É complicado, mas não tem plano B. Ou o governo fecha as cidades ou o vírus se espalha e atinge um número de pessoas além da capacidade dos hospitais darem conta do recado.

E isto está sendo bem feito. Nossas ruas estão praticamente vazias, só que por causa de estarem vazias milhares de pessoas que até agora davam conta da vida vão pagar um preço muito alto.

Maria tem um bufê pequeno, que atende jantares e festas, servindo aperitivos, comida, bebida, enfim dando conta do recado. Desde a semana do dia 9 passado o bufê de Maria não tem clientes. Mas ela tem uma cozinheira, mais uma ajudante, seis garçons, e um motorista.

Joana faz bolos para festas de crianças. Na semana do dia 9 passado teve todas as encomendas canceladas e desde então não recebeu nenhum pedido novo. Joana tem uma cozinheira, uma ajudante e um motorista.

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Carlos tem um serviço de locação de brinquedos para festas. Desde a semana do dia 9 não atendeu nenhuma festa. Mas ele tem três ajudantes e um motorista.

Quem vai bancar o custo deles e de mais milhares de outros na mesma situação? Este é o verdadeiro lado negro da pandemia.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.