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O comércio do bairro

E porque devemos prestigiá-lo

Em cada bairro da cidade são várias as lojas que encontramos, pequenos supermercados, quitandas, comércio de materiais de construção, lojas de roupas, óticas, lojas de utilidades, lanchonetes e em alguns ainda sobreviveram as papelarias. Em muitos delas, os vendedores nos conhecem pelo nome e a há até aqueles que ainda vendem “fiado” e anotam as contas na caderneta para pagarmos no final do mês, é raro, mas isto ainda existe (leia mais).

Dizem que nós paulistanos somos bairristas, pois muitos de nós vivemos nos bairros em que nascemos ou adoramos contar de onde viemos. Mas seja em qual bairro for, ainda é muito comum em São Paulo pequenos lojistas que conhecem seus clientes pelo nome, um atendimento pra lá de personalizado em tempos de redes sociais, o qual as pessoas mal se conhecem. É uma relação gostosa e próxima.

Também nas lojas do nosso bairro, nós temos a sensação de sermos mais bem atendidos, algumas vezes dá até tempo para um bate-papo, e com a praticidade de podermos fazer tudo praticamente a pé. Há aqueles que preferem comprar em outros bairros, nada contra, esta é uma opção pessoal, mas acho que deveríamos privilegiar o comércio local, até porque nem sempre o preço praticado por grandes varejistas é melhor que o deles.

Além disso, este comércio local gera empregos e vive de nós. E se você rodar pelo seu bairro, notará que há lojas fechadas ou as que sobreviveram por pouco tempo, claro que qualidade, atendimento e preço são fundamentais para que isto aconteça. E que também se olharmos com mais atenção para as lojas ao nosso redor, perceberemos que o que precisamos está logo ali.

Lembro-me que recentemente eu fiquei muito contente quando o supermercado que eu frequento desde criança começou a vender verduras orgânicas. Mas fiquei triste quando ouvi da Dona Vera, a sócia do supermercado, que não teríamos mais os orgânicos. “O cliente prefere comprar em outro bairro”, ela me disse.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.