Viver é muito complicado
Quem disser que viver é fácil ainda não cresceu ou cresceu e não entendeu nada.
Nem mesmo para os que não cresceram a vida é fácil. Ao contrário, a maioria das crianças do mundo vive ne pobreza, sem comida, saúde, educação e segurança.
Mas tão grave quanto não ter saúde ou educação, é não ter amor, carinho, o calor de um abraço. E aí o número das crianças sobe vertiginosamente, até porque deixa de ser uma questão de diferença social.
Leia mais: Quanto custa viver em São Paulo?
Viver pega pesado. Para uns começa mais cedo, outros, com mais sorte, sentem na pele mais tarde, mas todos sentem, todos pagam o preço, todos atravessam momentos que dariam tudo para não ter que atravessar.
Não é nem questão de quem pode mais chora menos, ou “Eu sou bravo, sou forte, sou filho do norte, meu grito de guerra, guerreiros ouvi”.
É sorte, sorte, e mais uma vez, sorte. Ninguém nasce escolhendo aonde vai nascer, nem filho de quem. Todos nascem porque nascer é o fim de um processo no qual quem nasce não tem nenhuma interferência.
Daí pra frente, é tocar em frente da forma que dá. Com sorte ou sem sorte, em algum instante a vida vai cobrar seu preço. E a pancada é maior quando quem é cobrado não foi educado para enfrentar a cobrança.
Leia mais: Viver bem é a melhor vingança
Como dizia Riobaldo Tatarana, “Viver é muto perigoso”. O Demo está em cada encruzilhada, escondido dentro dos rodamoinhos.
Por que acontece com você? Por que acontece comigo? Por que um ganha na loteria? Por que outro não ganha?
Viver é tocar em frente e tocar em frente implica em escolhas. Aí sim, nós temos o livre arbítrio as suas consequências dependem de nós.
Mas mesmo o livre arbítrio é limitado e pequeno diante da vida. A maior parte de nossa existência corre a nossa revelia. Por isso viver é duro.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.