Tá todo mundo louco
Segunda-feira da semana passada, saí de casa para ir para a Santa Casa de São Paulo e tomei um susto. O trânsito tinha voltado e as ruas estavam cheias de automóveis, quase como se fosse um dia comum na vida da cidade. Como se não tivesse pandemia e o isolamento social fosse a maneira mais eficiente que o mundo encontrou para evitar a propagação acelerada da Codiv19.
As reportagens a respeito da volta às ruas se multiplicaram ao longo da semana e confesso que eu fiquei horrorizado cada vez que vi as ruas cheias, gente bebendo cerveja nas esquinas, bate papo, comércio aberto, pessoas comendo churrasquinho, ônibus lotados, enfim, vida que segue, como se o mundo fosse acabar em barranco pra todo mundo se encostar.
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Tá todo mundo louco. Não tem sentido na primeira semana em que a pandemia deve mudar de patamar e crescer, as pessoas tomarem as ruas como se fosse dia de show de funk ou jogo de futebol.
Concordo que cada um tem o direito de fazer o que quiser com a própria vida, mas desde que não seja um estorvo para o próximo, uma ameaça para a população ou um custo para a sociedade.
Andar livre, leve e solto pelas ruas das cidades é a melhor forma de escancarar as poucas defesas que temos contra o coronavírus. Se pudesse, o vírus daria um prêmio para cada irresponsável que está por aí, achando que estamos falando de uma “gripinha”.
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Tem gente morrendo nos hospitais. Tem cada vez mais gente nas UTI’s e nós não temos UTI’s, medicamentos ou equipamentos suficientes para dar conta do recado.
Para complicar, nosso Ministro da Educação, do alto de sua limitação intelectual, ataca gratuitamente a China, único fornecedor do que nós precisamos para enfrentar a pandemia. Não tem jeito, vai acabar mal.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.