Outro lado da festa
Toda festa tem dois lados. Um bom e outro que pode não ser tão bom. Por exemplo, a ressaca no dia seguinte. Ou uma batida de automóvel. Ou um comando da polícia, parando o bêbado na ponte, pouco antes de chegar em casa.
São situações que tiram alguma graça de uma noitada que teria tudo para ser fantástica, mas que deixou de ser, por causa de um pequeno detalhe.
O mundo se dá mal ou acerta nos pequenos detalhes. O grande é igual para todos, não é nele que se faz a diferença. Ou como diz um amigo grande comerciante, é na compra que a gente ganha.
Na vida o importante é saber disso. Que a diferença não está no jeito que a gente sai, mas na forma como a gente volta.
O bom é chegar em casa, colocar a cabeça no travesseiro, e dormir o sono dos justos, com a certeza de ter feito o melhor possível como grande remédio para dormir.
Nem sempre isso é possível. Muitas vezes a vaca vai para o brejo sem que a gente tenha força para interferir. Força, capacidade, viabilidade, e mais outras trezentas “ades” que fariam a diferença se não houvesse uma série de senões no meio do caminho.
É por isso que ir pela sombra é o jeito mais prático de se ir. “Sunny side” é coisa para gringo. Aqui tem sol demais e o calor derrete o cérebro.
Pela sombra é que se vai longe. Passo a passo, pé ante pé, pisando com cuidado, feito mula em picada desconhecida.
Quem corre é cavalo, por isso quebra a pata enquanto a mula passa, no seu passo picado, mas seguro. É melhor ir devagar e sempre do que entrar na trilha errada e se dar mal.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.