A Pandemia não foi embora
Apesar de todos os pesares, a verdade é que a pandemia não foi embora. O coronavírus segue firme e forte na sua marcha, levando todos os dias mais de mil pessoas.
A pandemia não foi embora, a vacina ainda não chegou, a cloroquina não funciona, o vermífugo não funciona, tem gente mal intencionada ganhando dinheiro com os boatos, tem gente gastando dinheiro com os boatos, mas, de verdade, o que nós temos mesmo são irresponsáveis fazendo festa nas ruas, como se fosse carnaval ou dia de soltar rojão.
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Antes é muito cedo, depois é muito tarde, neste momento é cedo para qualquer comemoração. A pandemia agradece a festa, o feriado, o carnaval. Nós não podemos dar de presente pro vírus a saúde de milhares de pessoas que não têm nada com isso, mas que correm o risco de morrer.
É verdade que, em muitos casos, não tem o que fazer. Falar em isolamento social nas comunidades é acreditar em Papai Noel ou que a maioria das pessoas que moram nas ruas estão lá porque gostam.
O quadro é muito sério. Quem sabe, o mais sério dos últimos cinquenta anos. O desemprego come solto e vai comer muito mais. E não serão apenas os mais pobres que pagarão a conta. Parte da classe média vai descer de patamar.
É uma soma explosiva, que não pode ser agravada com o aumento do número de mortes causadas pela covid19. Chega a quebradeira de empresas, a falta de emprego, a falta de dinheiro, a desesperança nos olhos das crianças embaixo do Minhocão.
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Não é hora de fazer graça, nem de cutucar a onça com vara curta. Não há nada que diga que é pra sair de casa. Que é pra dançar funk de madrugada, ou jogar conversa fora, sem máscara, nos botequins da vida. Cautela e canja de galinha nunca fizeram mal pra ninguém.
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