Os pernilongos atacam
Não se sabe se por causa da pandemia ou por causa da desordem política que o Brasil atravessa, o fato é que os pernilongos, mesmo fora dos meses dos pernilongos, decidiram sair das sombras e entrar de cabeça na luta pelo poder.
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Firmemente dispostos a chupar todo o sangue que não vai para os bancos de sangue, os pernilongos tomaram São Paulo de assalto, em pleno inverno, auxiliados pelo clima que está fazendo deste inverno um semi verão ou um outono mais quente.
Eles estão até nos apartamentos altos, sexto ou sétimo andar, como se fosse comum voarem mais do que dois ou três pisos, como acontece normalmente, quando voam com seu zumbido infernal, atrás do sangue que arrancam dos humanos indefesos, porque os inseticidas não são mais eficientes.
Tem quem diga que tudo que os pernilongos querem é um inseticida de tomada. Parece que dá barato e eles se divertem voando em zigue-zague, depois de passarem perto da maquininha com a luz vermelha acesa.
A única defesa que funciona é a raquetinha, que frita os mosquitos, mas exige competência de quem a usa. Não adianta força. O pernilongo não morre da pancada, mas do choque elétrico, então delicadeza é muito mais eficiente.
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O problema é que, se caçar com raquetinha antes de dormir é fácil, depois que você dorme e o mosquito te acorda de madrugada a caçada fica muito mais complicada, com a pouca luz, as sombras e os vãos do quartos servindo de esconderijo, até que você desiste, volta pra cama e cinco minutos depois o mosquito está zumbindo em cima da sua cabeça de novo.
Neste momento não há nada a se fazer. A única forma de resistência é a luta armada. Você com a raquetinha, ele com o zumbido e o ferrão.
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