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As pessoas passam, mas deixam saudades

A vida é uma correria constante, ninguém sabe muito bem para onde, nem por quê. A única certeza é a morte, mas mesmo ela pode vir num momento inesperado, de supetão, cortando sonhos, encerrando relações, mudando vidas.

Nada é certo ou constante. Cada um sabe de si e mesmo assim, muito menos do que imagina. A memória é algo frágil e fugidio, que se esquece do que acha que não vale a pena lembrar, ou altera as lembranças para fazer mais bonitos momentos que, na hora em que foram, não tiveram tanto encanto.

Eu sou a soma de tudo que fiz e não fiz. Uma unidade menor, numa equação incomensurável, perdido num planeta pequeno, girando em torno de uma estrela de quinta grandeza.

E o fantástico é que me imagino grande e importante, ainda que sabendo que na ordem natural das coisas, diante do mundo, não sou nada, ou menos que um grão de areia.

Cada homem é parte de um continente feito da soma de todos os encontros e desencontros de todos os seres humanos. Ninguém navega só. A vida exige parcerias, comprometimentos, entregas e cobranças. De outro jeito, não tem jeito.

Amigos vêm e vão, cada um seguindo o próprio rumo, atrás de alguma coisa que não se sabe o que é.

Amores marcam, passam, e se perdem na névoa do tempo, escondidos da lembrança como se nunca tivessem existido.

Às vezes ficam nomes. Caras, corpos e até situações específicas, congelados em fotografias sem vida, sem esperança de amanhã, mas mantendo vivo nosso passado, como um farol iluminando o futuro.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.