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Por que tantos porquês?

 

Por que será que a pitangueira resolveu antecipar sua carga? Será que ela e as jabuticabeiras brigaram numa madrugada de sabiá piando? Será que na origem da coisa está ciúme porque as aves fizeram ninho numa e não nas outras? Será que foi ao contrário, ou o contrário do contrário? São muitas dúvidas, interrogações, muitos não se sabe nada nesta vida para não ter um porquê, uma razão ou pelo menos um fio que desenrole a meada.

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Eu confesso minha incapacidade para entender o que eu não entendo. Não sei nada de física quântica, muito menos da teoria da relatividade, que são duas e a que importa é a que pouca gente sabe que existe e menos ainda consegue perceber seus postulados.

Fazer o quê? A vida tem dessas coisas, como tem a lágrima que cai do olho da menina vendo o por do sol e a lágrima que cai do olho da senhora na beira de um túmulo no Cemitério da Consolação.

Lágrimas são lágrimas, mas não exprimem apenas um sentimento. São múltiplas, mais doces e mais salgadas, como as lágrimas de Portugal.

Ó mar, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!

Navegar é preciso, viver não é preciso. A frota romana remou em ordem de batalha e o seu almirante varreu dos mares os inimigos da república. Fez carreira política e só parou quando peitou Júlio César, que levou a melhor e abriu as portas para o surgimento do Império.

É vago, mas é como as coisas acontecem. Sem a vitória do almirante que navegava porque era mais importante que viver, a história seria outra.

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Eu poderia dizer que sei porque o São Paulo joga mal. Ou porque os times brasileiros de forma geral jogam mal e envergonham o país cada vez que assistimos um jogo de campeonato europeu.

Poderia dizer que faço os círculos se transformarem decaedros. Mas não faço. A única pergunta que importa é… por que não?

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.