A árvore da felicidade
A árvore da felicidade existe. Pouca gente a encontrou, mas muita gente passou perto e sentiu a brisa roçar a pele num arrepio especial, que deixou o dia mais bonito, a esperança mais acesa e a vontade de repartir estendida na mão aberta.
É uma árvore especial. Alguns dizem que lembra um ipê, outros que é uma antiga paineira e tem quem afirme que é um enorme jacarandá, com folhas de peroba, escondida no mais fundo da mata.
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O que ninguém conta é que mata é essa, se por aqui ou do outro lado do mundo, ou quem sabe crescendo e florescendo na Antártida.
Tem quem afirme que é a árvore do Paraíso, a mãe da macieira que deu para Adão e Eva as maçãs que os expulsaram do Éden.
A felicidade existe. Cabe a nós procurá-la, dentro da alma, ao lado do coração, no riso que ilumina os olhos.
Mais do que achá-la, cabe a nós compartilhá-la. Dividir com quem amamos. É a soma das felicidades individuais que cria a verdadeira felicidade.
Deus nos criou para viver nesta terra a vida que o destino nos reserva. Mas isso não quer dizer não fazer nada, ficar sentado vendo a vida passar, sem sombra e sem barranco, com sede e com fome, na monotonia dos dias.
A grande missão do ser humano é procurar a felicidade, tentar fazer a vida melhor, os dias mais plenos e as noites mais amenas.
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O Brasil é um país curioso. Em busca da felicidade, nadamos desesperadamente, enfrentamos ondas e marés, mas, cada vez que nos aproximamos da praia da bem aventurança, alguém que nós mesmos escolhemos para comandar a busca nos trai e nos joga de volta no meio do mar, entre rodamoinhos gigantes e cardumes de tubarões.
Agora, estamos a meio caminho da praia. Já nadamos muito, mas há muito mais a nadar. Não podemos permitir que nos tirem da rota.
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