ADJ – ou o tonto do pedaço
A reunião do Conselho de Administração seguia na toada comum a este tipo de reunião. O tema era a aprovação das contas e o diretor financeiro fez a competente demonstração do balanço e das demonstrações contábeis, chamando a atenção e explicando os pontos relevantes, a favor e contra.
Em seguida a palavra foi franqueada aos participantes que colocaram suas posições, questionando pontos que não julgavam claros o suficiente, ou que levavam a interpretação diversa da apresentada pelo diretor financeiro.
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Os auditores externos também participavam da reunião e prestaram todos os esclarecimentos a respeito de suas observações e notas sobre as demonstrações financeiras.
O diretor financeiro e os auditores externos se esmeraram em tornar as respostas os temas o mais claro possível, para permitir o correto entendimento das questões levantadas e a votação mais correta possível.
Encerradas as discussões, o presidente do Conselho colocou a matéria em votação, com o tradicional, “Desde que não há mais perguntas coloco a aprovação das contas em votação. Quem for a favor permaneça como está, quem for contra levante a mão”.
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Num primeiro momento ninguém levantou a mão, então o presidente disse, “aprovado por unanimidade”. Foi aí que o conselheiro ADJ levantou a mão, e disse “eu sou contra”. O presidente, sem surpresa e entediado, o interpelou, “Perfeitamente, Senhor ADJ, o senhor é contra por que?” A matéria é técnica quais os pontos que o levam a votar assim? “Não tem por que, sou contra porque sou contra”. Então o presidente encerrou a reunião dispondo: “Que conste que as contas foram aprovadas pela maioria, com o voto contra do senhor ADJ, que não tem motivo para votar contra”.
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