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A fundação de São Paulo

Você ergueria um colégio no meio do nada, onde não tivesse um único aluno para estudar? Nem eu. E muito menos os pragmáticos e objetivos jesuítas.

Por isso, existe uma diferença enorme entre a verdade histórica e a verdade cívica sobre a fundação da cidade de São Paulo.

Ao contrário do que afirma a verdade cívica, a verdade histórica prova que São Paulo não foi fundada pelo padre José de Anchieta no dia 25 de janeiro de 1.554.

De acordo com os fatos, nesta data Anchieta ainda não era padre, mas já morava na vila de Piratininga, com os jesuítas, desde 1.553.
Ora, se ele, ainda noviço, morava na vila onde os jesuítas já haviam erguido um colégio antes de 25 de janeiro de 1.554, como, misteriosamente transformado em padre, pode fundar o colégio que deu origem à mesma vila em 25 de janeiro de 1.554?

A verdade histórica leva São Paulo para trás no tempo. Volta para o ano de 1.532, quando Martim Afonso de Souza, percebendo as vantagens estratégicas do lugar, funda a segunda vila do Brasil, na beira do caminho do Peabiru, nos campos de Piratininga, do outro lado da serra de Paranapiacaba, perto de Santo André da Borda do Campo, onde moravam João Ramalho e alguns outros europeus, em companhia dos índios de Tibiriçá, com cuja filha João Ramalho era casado.

As vilas portuguesas se instalavam com a eleição de sua Câmara e primeira eleição da Câmara da vila de Piratininga aconteceu em 1.532. Como ela nunca foi extinta, mas apenas mudou de lugar, foi nesta data que São Paulo nasceu.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.