Igreja do pátio do Colégio
Cada vez que eu entro na igreja do pátio do Colégio é como se entrasse numa máquina do tempo. Como se participasse, mais do que visse, mais de 500 anos de história do Brasil, desde a chegada das primeiras caravelas, ainda no final do século 15, até os dias atuais, com São Paulo transformada numa das maiores cidades do mundo.
Quem vê a igreja de linhas retas e militares, no coração da cidade, não imagina que a construção que vê não tem mais nada da pequena escola inaugurada num distante dia de janeiro, no ano de 1.554.
Aliás, tem muito pouco da igreja que sobreviveu até o final do século 19, mas que desmoronou quase que completamente quando suas ruínas não aguentaram os estragos do tempo e o descaso dos homens.
A capela acanhada que servia de escola, em volta da qual a cidade começou a criar raízes a partir de 1.560, era muito menor do que a já pequena igreja reconstruída em meados dos anos 70, com base na planta setecentista que substituiu o colégio real, erguido pelos jesuítas de Nóbrega, seis meses depois de chegarem na vila de Piratininga, em agosto de 1.553.
Mesmo sendo a reconstrução de outra igreja mais recente, a capela de linhas retas, jesuíta na alma, me comove como se do largo em frente ainda partissem as primeiras expedições destinadas a dobrarem o tamanho do Brasil.
Como se em seu pátio ainda se desenrolassem as brigas entre padres e paulistas, ambos interessados nos índios e no ouro que a terra então escondia.
Pouca gente, hoje, conhece a capela do pátio do Colégio, no entanto, por todos os motivos – até pela singeleza – ela vale uma visita.
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