A culpa não é só do clima
As mudanças climáticas estão aí, debitando centenas de bilhões de dólares por ano na conta dos seres humanos. Não tem canto do planeta que não sinta a força dos estragos e alguns ameaçam inclusive desaparecer, engolidos pelo mar, como algumas ilhas do Oceano Pacífico, que estão, ano a ano, perdendo parte de seu território.
O problema é muito sério e não tem solução no curto prazo. Tem gente que diz que nem no longo, pelo menos se não começarem a fazer o que já deveria estar em andamento, mas está longe de chegar perto de onde deveria estar.
Discurso é discurso, mundo real é mundo real. Os países dançam conforme a música e a música nem sempre é um minueto. Hoje a coisa está mais para baile funk, com direito a todo tipo de baixaria.
A Alemanha que o diga. Depois de acabar com suas usinas nucleares e assumir compromissos inegociáveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o país, no dia a dia, na dura realidade dos fatos, está dando macha à ré e voltando a poluir, queimando gás porque não tem outro jeito.
Mas as mudanças climáticas também cobram alto preço em vidas humanas. O Brasil acaba de viver isso na destruição brutal causada pelas chuvas em Pernambuco.
Ninguém discute, as chuvas vieram e cobraram seu preço, mas será que a culpa é só delas ou a falta de comprometimento das autoridades brasileiras piora o drama?
Enquanto a demagogia pautar as ações de nossos homens públicos não vai acontecer nada, ou melhor, o quadro de destruição vai piorar. Não tem como ser diferente. A urbanização de áreas invadidas condenadas pela localização geográfica só vai piorar o problema e a falta de seriedade das promessas de ajuda depois da catástrofe não vão ajudar em nada.
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