A cura da AIDS
Bom é comentar notícia boa. As gerações mais moças não se lembram, até porque não eram nascidas, mas a chegada da AIDS foi algo tão ou mais violento do que a pandemia do coronavírus.
Na década de 1980, a doença matou milhares de pessoas, entre elas amigos e conhecidos, no Brasil e no mundo. Provavelmente ela já estava entre nós bem antes, o que explicaria mortes que, na época, deixaram grandes pontos de interrogação e que ninguém conseguiu explicar.
Com os estudos sobre a epidemia, foram desenvolvidos medicamentos e coquetéis de medicamentos que minimizaram sua letalidade, apesar de não curar a doença. Com o uso regular deles, pessoas contaminadas pelo vírus da AIDS passaram a levar vida normal e as campanhas de esclarecimento que foram sistematicamente realizadas reduziram significativamente o medo e o preconceito.
O Brasil, durante décadas, foi dos principais centros de acolhimento e tratamento da AIDS. As ações desencadeadas serviram de modelo para outros países tratarem do assunto de forma humanizada e eficiente, dando aos portadores do vírus a possibilidade de interagirem com a sociedade sem ficarem sujeitos ao estigma da doença.
Mas a AIDS, apesar de relativamente controlada em função do uso dos medicamentos desenvolvidos para os portadores do vírus, seguia como uma doença sem cura.
Agora isso mudou. Tratamentos experimentais estão dando resultado e portadores do vírus estão sarando, zerando a carga viral e recuperando integralmente a saúde.
Em época de pandemia, de varíola do macaco, a notícia da cura da AIDS é mais que uma vitória do ser humano. É o que nós precisávamos para tocar em frente, porque a ciência está do nosso lado.
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