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Os flamboyants não têm nada com isso

Os flamboyants floriram ou estão florindo, nada de novo debaixo do sol. É assim que as coisas acontecem na natureza, cada um tem sua época e seu tempo. É bom porque cria referenciais. Fica fácil saber o que é o quê, quando aconteceu e quanto tempo durou. Foi na florada dos flamboyants, foi na safra das pitangas e por aí vai, se bem que é bom deixar as jabuticabas de fora porque elas deram de entrar em cena nos momentos mais improváveis.

Tem quem ache que sim, tem quem ache que não, tanto faz. Agora os flamboyants decidiram começar a florir e estão fazendo isso com a competência de sempre. Nem mesmo a carga fora de hora das jabuticabas do meu jardim está interferindo, até porque os flamboyants querem que as cargas fora de hora das jabuticabeiras continuem sendo exatamente isso: cargas fora de hora de jabuticabas, que não têm senso de ridículo, nem respeitam o momento de cada um.

Com sua origem do outro lado do mundo, falando francês e sabendo da beleza de suas flores, os flamboyants fazem o que querem na hora que querem e, como são marcialmente disciplinados, fazem na hora certa dos flamboyants fazerem, nem antes, nem depois.

Tem quem diga que eles estão florindo para com o vermelho de suas flores saudarem o novo governo. Balela. Os flamboyants não têm, nem querem ter qualquer ligação com a esquerda ou com a direita, muito menos com o PT, a quem não respeitam porque se dizem democráticos, mas nunca o foram.

O que os flamboyants querem é garantir a perpetuação da espécie. Para fazer isso eles precisam florir, encher suas copas com as flores vermelhas que atraem as abelhas e garantem a polinização. O resto é licença poética e um pouco de tédio olhando o radicalismo em volta.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.