Futebol é coisa séria
Futebol é coisa séria, por isso deixei esta crônica para o começo de 2023. A derrota da seleção brasileira no Catar é muito mais visceral do que pode parecer. Tem “pré” e “pós” da maior gravidade, capazes de interferir no humor do país e modificar o óbvio, como se o óbvio fosse o contrário do contrário do avesso do mesmo lado.
Logo depois da desclassificação patética diante da Croácia, não era hora de entrar no tema, até porque seria um desabafo e não uma consideração mais elaborada. Depois, era Natal e fim de ano, de um ano complicado, com outro mais complicado ainda à frente.
Dizer que o que aconteceu não tem culpados é impossível. Tem culpados, sim. E o primeiro grande culpado não é ele, é ela, a CBF, a famigerada Confederação Brasileira de Futebol, uma das entidades mais complicadas de serem entendidas no país. Foi a CBF quem contratou o Tite para treinador. E foi aí que a vaca foi pro brejo, em 2018 e agora.
Tenho um amigo que diz que insistir no erro só serve para errar de novo. Foi o que aconteceu. A CBF errou ao contratar Tite para treinador em 2018 e insistiu no erro em mantê-lo depois da derrota na Rússia.
Não acredito que Tite seja má pessoa, ao contrário, ainda que com o vexame de fugir de campo deixando os jogadores órfãos depois da derrota para a Croácia, não acredito que ele seja má pessoa.
Mas ele já era um treinador ultrapassado, com ideias antigas, em 2018 e não melhorou nada, nem aprendeu nada com a derrota em 2018. O Brasil chegou no Catar com um técnico ultrapassado, uma seleção medíocre e a ilusão de que dava. Não deu, como era lógico que acontecesse.
Enfim, a vida segue e daqui três anos e meio tem outra copa. É hora de reformular tudo, entender o jogo e voltar a ser o Brasil que até 2002 encantava o mundo.
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