15 milhões de pessoas

A prefeitura estima que o carnaval de São Paulo, entre secos e molhados, vai ter perto de quinze milhões de pessoas nas ruas. Claro que não todos os dias, mas espalhados entre o pré-carnaval, o carnaval e o pós-carnaval. Pode mais quem chora menos, é gente que não acaba mais, por isso tem para todos os gostos.

Tem para cima e para baixo, com bloco grande e pequeno, além dos megablocos puxando a festa, atrás de trios elétricos mais ou menos estrelados, com todo mundo aproveitando a hora, porque falar folia é velho.

O carnaval mudou? Não sei. Sempre foi carnaval, mas com certeza evoluiu, ganhou musculatura, se democratizou, tomou conta das ruas, mas o fenômeno é antigo, vem pelo menos desde a década de 1960, quando a Banda de Ipanema trouxe visibilidade para a festa das ruas, mais divertidas e autênticas do que os bailes de salão.

Tanto riso, tanta alegria… ninguém mais canta Zé Queti e sua genial Máscara Negra, agora o ritmo é outro, o balanço é outro e o mar de gente corre atrás de ritmos diferentes, pensados para fazer a festa nas ruas.

Quinze milhões de pessoas deve dar direito a Guiness Book. Não sei se tem outra cidade com tanta gente nas ruas, incluídas Salvador e Rio de Janeiro.

Nada fora do quadrado. São Paulo é maior e a Grande São Paulo maior ainda, fora a turma que vem de fora e lota os hotéis para aproveitar a gandaia – outro termo velho – solta pela cidade. Não tem como Louveira querer concorrer com a Capital, tamanho faz a diferença. E a grande, mas grande mesmo é São Paulo.

A festa já começou, a cidade está entupida de gente fantasiada de tudo e mais alguma coisa, até de gente sem fantasia. Agora é hora de deixar o barco correr e o trio elétrico assumir o comando. O estrago se vê depois.

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