Desmatamento da Amazônia
Um dos principais temas da campanha presidencial foi o desmatamento da Amazônia e a necessidade de se interromper o processo, tanto pelo estrago feito no meio ambiente, como pela imagem internacional do Brasil.
Logo depois de tomar posse, o Presidente pegou o touro à unha e foi conversar sobre o assunto com europeus e norte-americanos. Antigos tratados e parcerias foram retomados. Novos acordos encheram as páginas dos jornais e as reportagens das TVs. As redes sociais pipocaram, repercutindo o assunto.
Parecia que estava tudo resolvido e que o Brasil, de vilão global, se transformaria no anjo salvador, no herói do clima, no bom exemplo a ser seguido pelo resto do mundo.
Aí o tema esfriou. Como as notícias ruins não param, em pouco tempo as ações presidenciais estavam fora da mídia, mas o tema voltou por conta do holocausto dos ianomamis. A situação desesperadora dos indígenas obrigou o governo a agir com rigor e isso foi feito rapidamente. Mas, mais uma vez, como o mundo caminha mal, o assunto também saiu das pautas, para voltar agora com o peso dramático das notícias ruins.
A realidade não é boa. Os levantamentos sobre o desmatamento na Amazônia indicam que o total desmatado no primeiro trimestre de 2023 é o segundo mais alto desde 2016.
Ninguém é ingênuo ao ponto de imaginar que a simples mudança de governo e do discurso sobre impedir o desmatamento têm o dom de mudar o quadro instalado na região.
É claro que o processo não tem resultados imediatos, mas a questão é outra: não se viu nenhuma ação estrategicamente planejada, anunciada pelo governo para combater a ação dos criminosos ambientais.
Em resumo, está tudo como sempre esteve. É muito triste ser assim.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.