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Desmatamento da Amazônia

Um dos principais temas da campanha presidencial foi o desmatamento da Amazônia e a necessidade de se interromper o processo, tanto pelo estrago feito no meio ambiente, como pela imagem internacional do Brasil.

Logo depois de tomar posse, o Presidente pegou o touro à unha e foi conversar sobre o assunto com europeus e norte-americanos. Antigos tratados e parcerias foram retomados. Novos acordos encheram as páginas dos jornais e as reportagens das TVs. As redes sociais pipocaram, repercutindo o assunto.

Parecia que estava tudo resolvido e que o Brasil, de vilão global, se transformaria no anjo salvador, no herói do clima, no bom exemplo a ser seguido pelo resto do mundo.

Aí o tema esfriou. Como as notícias ruins não param, em pouco tempo as ações presidenciais estavam fora da mídia, mas o tema voltou por conta do holocausto dos ianomamis. A situação desesperadora dos indígenas obrigou o governo a agir com rigor e isso foi feito rapidamente. Mas, mais uma vez, como o mundo caminha mal, o assunto também saiu das pautas, para voltar agora com o peso dramático das notícias ruins.

A realidade não é boa. Os levantamentos sobre o desmatamento na Amazônia indicam que o total desmatado no primeiro trimestre de 2023 é o segundo mais alto desde 2016.

Ninguém é ingênuo ao ponto de imaginar que a simples mudança de governo e do discurso sobre impedir o desmatamento têm o dom de mudar o quadro instalado na região.

É claro que o processo não tem resultados imediatos, mas a questão é outra: não se viu nenhuma ação estrategicamente planejada, anunciada pelo governo para combater a ação dos criminosos ambientais.

Em resumo, está tudo como sempre esteve. É muito triste ser assim.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.