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25 de Janeiro

Dizia o poeta Paulo Bomfim que São Paulo é a soma de várias ações, que culminaram com a instalação da Vila em 1562. 25 de janeiro foi adotada como data oficial para agradar os jesuítas, especialmente os que defendiam a maior importância de Anchieta na comparação com Nóbrega.

Em 25 de janeiro, de verdade, acontece a missa de instalação do segundo colégio dos jesuítas no Planalto de Piratininga. Eles já estavam em Santo André da Borda do Campo desde agosto de 1553 e Santo André já era Vila, com Concelho e Pelourinho, desde que os moradores da Vila de Piratininga, fundada por Martim Afonso de Souza em 1532, por questões de proteção, foram para Santo André, em algum momento da década de 1540.

Se, em 25 de janeiro, os jesuítas tivessem a pretensão de fundar uma Vila, o padre Manuel da Nóbrega, Provincial da Ordem no Brasil, estaria presente, mas ele não estava. Estava para os lados da futura Itú, explorando o Caminho do Peabirú.

Quanto a José de Anchieta, em 1554, era um Irmão, ou seja, não era Padre. Quem rezou a missa foi o padre Manuel de Paiva, por ordem do padre Leonardo Nunes, que, no ano anterior, havia subido a serra, comandando os 13 jesuítas instalados no Planalto de Piratininga.

Em 1562, Mem de Sá, Governador Geral do Brasil, a pedido de João Ramalho e Nóbrega, autoriza a instalação da Vila de São Paulo de Piratininga, formada pela fusão dos poucos moradores de Santo André da Borda do Campo com os do entorno do Colégio dos Jesuítas.

Como o Colégio estava melhor localizado, numa colina cercada por dois rios e com uma áspera encosta, foi o local escolhido para a instalação da Vila, que, por 300 anos, ficou semiadormecida, pequena e simples, enquanto seus moradores demandavam o sertão, nas Bandeiras que agregaram 4 milhões de quilômetros quadrados ao território brasileiro.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.