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Bananas

Eu gosto de banana. Tanto faz a banana, eu gosto de banana. Não sou um especialista daqueles que, a dez metros de distância, pelo cheiro da fruta, dizem que tipo de banana é. Não. Eu sou mais comedido, até porque, por causa da covid, eu pedi o olfato.

Então, ainda que antes eu tivesse a capacidade sensorial para identificar a fruta pelo cheiro, ela se foi há alguns anos, levada pela sequela da covid. Mas eu não tinha. Nunca soube distinguir uma banana nanica de uma banana prata cheirando a fruta. Eu sinto a diferença pelo gosto e aí cada banana tem seu sabor e eles são diferentes. Se você for um contumaz comedor de bananas, você sabe o que eu estou dizendo e os porquês envolvidos.

As bananas se dividem, basicamente, ou para uso mais comum, em nanica, prata, ouro, maçã e banana da terra. Pode soar como história da carochinha, mas a única banana nativa brasileira é a banana da terra. Todas as outras, como o coco da Bahia, foram trazidas pelos portugueses, na enorme salada vegetal que eles fizeram no planeta.

Não se esqueça, a batata, que salvou a Europa da fome, e o milho foram levados das Américas. E a manga, que se espalhou por aqui, veio da Índia. Entre secos e molhados, nem tudo parece ser o que é e as bananas, tão brasileiras, na origem imigraram e depois tomaram conta da terra.

Para mim – e é uma opinião personalíssima –, a melhor banana é a banana ouro. Seguida pela banana nanica, pela prata e pela banana maçã. Banana da terra é boa de se comer frita ou em doce. Crua não desce legal.

Seja como for, banana era tão barata que era vendida por dúzia, não dava para vender menos. Para ver como as coisas mudam, a nossa velha e boa banana, que de tão barata deu o mote “preço de banana”, hoje adquiriu status e é vendida por unidade ou peso. E está longe de ser barata.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.