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Os bons tempos dos bailes nos clubes

Era o momento de caprichar na fantasia e dançar as marchinhas

Diz a lenda que relembrar é viver, e quem viveu os bons tempos dos bailes de Carnaval nos clubes de São Paulo deve ter muitas histórias para contar. Era o momento de caprichar nas fantasias, as mais usuais eram as de colombina, pierrô e arlequim, que enfeitavam os salões junto aos confetes e serpentinas. Todos dançavam ao ritmo contagiante das marchinhas, que tanto fizeram história no nosso país e continuam fazendo em muitas das nossas festas populares. Foram os tempos áureos dos bailes de salões.

Exatamente o período de 1950 a 1980 marcou o auge dos bailes de Carnaval nos grandes clubes da cidade de São Paulo. Hoje, estima-se que menos de 10% deles mantenham esta tradição, eles foram perdendo a relevância ou dando lugar aos blocos de rua. Quem viveu naquela época, recorda-se de como foi bom. A festa já começava antes mesmo do primeiro dia do baile, era o momento de escolher e caprichar na máscara e na fantasia, e de se preparar para dançar para valer na maratona que viria adiante.

O que não seria para menos, os bailes eram embalados por um som contagiante. Quem não se lembra das canções: Mamãe eu quero mamar, Chiquita Bacana ou Para você gostar de mim? Esta última imortalizada na voz de Carmem Miranda, que popularmente ficou conhecida como “Taí”. E eu não poderia deixar de citar “O teu cabelo não nega”, marchinha composta por Lamartine Babo, em parceria com os irmãos João e Raul Valença, um grande sucesso, mas que hoje é vista com restrições, acusada de racista.

Tem muita gente que ainda canta essas canções e se recordam que eram nesses bailes que se encontravam com os amigos e se reuniam com os familiares. Os mais jovens iam às matinês, que davam sequência aos bailes que aconteciam à noite para o público adulto. Eles eram bastante concorridos e disputados. Muitos se preparavam meses antes para não perderem nenhum momento desta grande festa que marcou os tempos áureos nos clubes. E, claro, para capricharem nas fantasias.

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.