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A história dos pastéis nas feiras livres

Demorou para que as barracas fossem liberadas. Um dos argumentos foi a segurança

Na cidade de São Paulo, as feiras livres foram institucionalizadas no ano de 1914, pelas mãos do prefeito Washington Luiz P. de Souza. Antes disso, elas já existiam em alguns pontos da cidade, porém de maneira informal. Já as barracas de pastéis levaram muito mais tempo. Além dos pastéis, como conhecemos hoje, só terem sido introduzidos pelos descendentes de imigrantes japoneses na década de 1940, em Santos, por um bom tempo, era proibido vendê-los nas feiras livres.

Logo que a novidade chegou em Santos, a receita se espalhou pelo Estado de São Paulo. Ainda na década de 1940, os pastéis eram um dos alimentos mais consumidos pelos paulistas e não tardou para que eles conquistassem muitos paladares do Oiapoque ao Chuí. Mesmo assim, nas feiras livres da capital paulista, a liberação só veio no ano de 1974.

Antes disso, um dos argumentos da prefeitura para a proibição era o perigo com o uso de botijões de gás. Mas alguns se arriscavam na informalidade para venderem seus pastéis. Descendentes desses comerciantes lembram-se que naquela época, eram apenas três opções de sabores: carne, queijo e palmito, até para facilitar a fuga, quando chegava a fiscalização.

Com a liberação, na época pelo prefeito Olavo Egydio Setubal, as barracas de pastéis começaram a se proliferar nas feiras livres e o mesmo se deu com a variedade de sabores. Hoje, há para todos os gostos nas 922 feiras que são realizadas em toda a cidade, de segunda a domingo. E acompanhamento não falta, como o caldo de cana ou a água de coco.

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.