Os Campos Elíseos e outras casas
O Palácio dos Campos Elíseos não nasceu palácio, nasceu palacete. Foi construído pelo fazendeiro e empresário Elias Chaves para ser sua residência, o que dá um pouco a dimensão das fortunas dos homens ricos de São Paulo no final do século 19 e começo do século 20.
Dimensão que fica mais clara quando pegamos algumas outras casas da época, como o palacete de Dona Veridiana Prado, transformado no atual São Paulo Clube, ou o palacete do Conde Penteado, hoje da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, com entrada pela rua Maranhão, que, na época em que o conde morava lá, era o fundo da casa.
Da mesma época, e tão imponente quanto os outros, temos a chácara do Carvalho, que abriga uma escola na Barra Funda e que era a residência de Antonio Prado Júnior, filho de D. Veridiana.
Pouco mais novas do que essas, as casas do filho do conde Penteado, Armando Álvares Penteado, na rua Alagoas e a casa de Horácio Lafer, na avenida Europa, insistem no tema, mostrando a força e a solidez da riqueza paulista depois do ciclo do café.
Várias outras foram derrubadas para dar lugar a prédios que marcaram o estilo da cidade, enquanto outras, especialmente no bairro dos Campos Elíseos ainda estão lá, meias que cai não cai, emprestando suas madeiras e cristais importados da Europa para servirem de abrigo para cortiços miseráveis.
É assim que as coisas são no mundo inteiro. Aqui só aconteceram mais rápido e de forma mais tola. Afinal, quando eu era menino fui muito na casa de meu amigo José Cássio do Val, bisneto de Elias Chaves, que morava num palacete menor do que o Palácio dos Campos Elíseos, e que também era lindo, mas foi derrubado pelo governo em nome do progresso.
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