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O final da obra

O incêndio do Museu Nacional é o topo da obra prima que foi deliberadamente montada no Brasil e que, ao longo dos últimos governos, destruiu o país sem dó nem piedade, especialmente dos mais pobres.

Diz a lenda que durante a Segunda Guerra Mundial alguém perguntou a Winston Churchill por que ele não realocava o dinheiro destinado aos museus para o esforço de guerra. O Primeiro Ministro teria respondido: “Se é para fechar os museus por que estamos lutando esta guerra?”

No Brasil é o contrário. Independentemente de pessoas e partidos, os governos estão muito mais preocupados com os metrôs, pontes, viadutos, transposições de rios, hidrelétricas, estradas de todos os tipos, etc. do que com saúde, educação e cultura.

Isso não dá voto. Como segurança pública, que só serve para campanha política, mas é só isso, de verdade ninguém vai fazer nada.

Como eu sei? Quantas escolas ou postos de saúde foram abertos nas comunidades do Rio de Janeiro depois da intervenção federal? Nenhum. Sem investimento social, Polícia e Forças Armadas só vão enxugar gelo.
O incêndio do Museu Nacional não é mais do que a perfeição na morte de nossa memória, nosso passado, nossa história.

Está em absoluta sintonia com a degradação da escola, com o número absurdo de analfabetos funcionais, com a falta de recursos para a compra dos insumos básicos para garantir o tratamento de câncer de milhares de brasileiros que dependem do SUS.

Na visão de nossos governantes socialistas, danem-se os brasileiros, a história e o patrimônio dos brasileiros. O legal é construir porto em Cuba e emprestar para a Venezuela. Salvando o deles, que é sagrado, danem-se os museus, a cultura, a chance de um futuro melhor. “Eu quero o meu em grana. O povo? Ora, o povo… que queime no incêndio do Museu Nacional”.

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.