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O queijo da Dona Aparecida

Eu não gosto de quiabo, jiló, rim e fígado. Não como nhoque porque nhoque é pesadelo e pesadelo é sonho ruim, portanto, não existe. Também não acho graça em chuchu e couve-flor.

Em compensação, viajo atrás de queijo. Não existe queijo ruim, existe queijo bom e queijo melhor. Todos os queijos, dentro de suas características, são invenções divinas, entregues aos homens num momento de raro bom humor no reino dos céus.

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Meu tio Lula dizia que, se o céu existe, o néctar é chope e a ambrosia é pizza. Com todo respeito que a inteligência, a cultura e a vivência de tio Lula merecem, sou obrigado a discordar parcialmente dele.

Aceito que o néctar seja chope, como aceito que seja coca cola, guaraná, uísque, vinho tinto, cachaça ou a bebida que quiserem, afinal, matar a sede vai do gosto, competência e resistência de cada um.

Mas a ambrosia, esta, obrigatoriamente, tem que ser queijo. Todos os tipos de queijo, o que a torna altamente democrática e internacional. Afinal, eu já comi queijo brasileiro, português, francês, italiano, grego, dinamarquês, alemão, norte-americano, belga, holandês, suíço, norueguês, chinês e mais um punhado de países. Não conheço nenhum país que não faça queijo. O que é uma sorte para mim e para milhões de pessoas que concordam que o queijo é o alimento dos deuses.

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Qual o melhor queijo do mundo? Depende do gosto de cada um. Tem quem vai dizer que é o camembert, outros dirão que é o brie, tem quem vote no emental, no gruyer, no queijo da serra da Estrela, num frescal, no meia- cura, no queijo da Serra da Canastra, num bom provolone, em queijo de leite de cabra, de búfala, etc.

Cada um sabe de si, mas bom, bom mesmo, é o queijo de minas feito na fazenda, que a Dona Aparecida me dá cada vez que vou a Uberaba.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.