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Já é tempo das azaleias

 

Quando eu vi o primeiro arbusto florido, tomei um susto. O que uma azaleia estava fazendo florida tão fora de época? Foi aí que parei para pensar e lembrei que já estamos em agosto e que é mais do que tempo das azaleias florirem.

Este ano elas estão vindo com tudo. Não sei se é o frio ou o ritmo das chuvas, o fato é que as azaleias estão vindo carregadas, com a florada densa e as flores em tons fortes.

Há quem diga que a razão é mais prosaica do que uma eventual viagem pelo cérebro das azaleias atrás de uma resposta que não está lá e que tudo se resume à vontade de não deixar os ipês se imporem como a florada do ano.

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Não sei e tenho dúvidas, mas como não tenho como confirmar o que gostaria de saber, aceito toda as opiniões, até porque o que importa é a florada em si, tanto faz a razão.

Se o salame é saudável ou a mortadela feita de jornal não tem nenhuma importância. O que vale é o gosto e os dois são muito bons de se comer, ainda mais num sanduiche com queijo.

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Com as azaleias é a mesma coisa. Se floriram em apoio ao time reserva da terceira divisão do campeonato sudanês de vôlei de praia ou para hipotecar solidariedade ao Manifesto Neo Tomista Tupinambá, para mim, é absolutamente indiferente. O que eu quero é a florada das azaleias pela florada das azaleias e a cor intensa de suas flores tapando os muros, embelezando o horizonte, deixando a cidade mais humana.

Eu sei que é egoísmo, mas nestas coisas eu sou egoísta. Quero a cidade mais bonita pela beleza da cidade e não porque tem uma razão física ou metafísica para ficar mais bonita. E as azaleias fazem isso. As azaleias dão um show de beleza porque seu destino é fazer isso.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.