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Veneza debaixo d’água

 

As inundações em Veneza são recorrentes. Não é raro a cidade ficar parcialmente debaixo d’água. Fazia tempo que não aconteciam marés altas como as das semanas passadas, que deixaram cidade em situação de emergência, com seus principais monumentos ameaçados pela água do mar, mais de um metro e meio acima do nível normal.

Os prejuízos devem ultrapassar um bilhão de euros. É número para ninguém colocar defeito, mas mais importante é a restauração do acervo danificado, trabalho que deve se estender por vários anos e exigir a participação de especialistas renomados.

Qual a leitura que se pode fazer da inundação da cidade italiana? É o efeito estufa? Aconteceria de qualquer jeito? O homem tem mesmo influência nos fenômenos radicais que afetam nossas vidas?

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Veneza sempre inundou. Não tem nada de novo debaixo do sol. Será que seria apenas mais uma inundação, puxada pela lua ou outra causa absolutamente natural?

Mas se olharmos em volta, veremos incêndios devastadores na Califórnia, na Espanha e em Portugal. Veremos chuvas torrenciais e secas brutais no Brasil. Veremos furacões de intensidades poucas vezes vistas passando pelo Caribe e Estados Unidos. Veremos tufões na Ásia. Terremotos no Chile e na Itália.

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Então vem a pergunta: será que é tudo resultado de um movimento só ou temos a soma de fenômenos naturais, agravados pela destruição da camada de ozônio com a ajuda do ser humano?

Seja como for, não vamos nos imaginar pior do que somos. Dez mil anos atrás, a Europa estava debaixo de uma sólida camada de gelo. De lá para cá o planeta vem esquentando. Nós até podemos contribuir para a piora que vai acontecendo, mas não somos os únicos responsáveis.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.