Pressione enter para ver os resultados ou esc para cancelar.

Frutas autoctones

 

Muitos anos atrás, escrevi uma crônica contando do pomar de um amigo que plantou uma série de árvores frutíferas, segundo ele, todas brasileiras, mas que, de verdade, eram plantas aclimatadas e tidas por brasileiras, porque se tornaram normais no nosso dia a dia.

Em tempos de pandemia é bom variar. Você sabia que tirando a banana da terra – que por isso tem esse nome – todas as bananas que você come regularmente foram trazidas pelos portugueses?

Leia também: Frutas

Ao longo dos séculos de colonização europeia, aberta no século 15 pelos navegantes portugueses, as naus e caravelas levaram e trouxeram espécies de todos os tipos, espalhando pelo mundo plantas de que hoje mal se sabe a origem.

Se você disser para um baiano que, quando Cabral aportou na Bahia, as praias não tinham nenhum coqueiro dando coco da Bahia, pela simples razão de que os coqueiros da Bahia não são baianos, mas foram trazidos pelos portugueses e se espalharam pelo território brasileiro com a mesma velocidade e satisfação que as bananeiras, ele vai rir e achar que você está louco.

Mas é verdade, o coqueiro da Bahia não é baiano, como a banana ouro não é nativa da Serra do Mar, onde é colhida pelos caiçaras que vendem seus cachos na beira da estrada para o Guarujá.

Mas não são só cocos e bananas que não são brasileiros. As mangas vieram da Índia, o limão galego veio da Península Ibérica, o café foi roubado na Guiana, onde chegou trazido pelos franceses…

Leia também: É a hora de ajudarmos o comércio local

Brasileiras são frutas que a maioria nunca viu, nem ouviu falar: cajamanga, mangaba, araçá, sapoti, graviola, pitanga e a inefável jabuticaba, em todas as suas variações. Essa, absolutamente exclusiva. Só dá aqui e, mesmo assim, em poucos lugares.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

cro

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.