O universo não está nem aí
Você olha para fora, vê o dia profundamente azul, com o sol firme e forte e descobre que o universo não está nem aí para o que acontece conosco, seres humanos, ameaçados por um vírus e suas mutações e pela derrocada catastrófica das lideranças do mundo, cada uma mais medíocre ou incompetente do que a outra.
A única grande líder decidiu ir para casa e sem Ângela Merkel o cenário político fica ocupado por Macron, Putin e outros do naipe, quase tão ruins ou até piores do que o grande capitão que vai fazendo o Brasil desandar e mais de 250 mil pessoas morrerem, boa parte porque ele decidiu que não acredita no vírus.
Leia também: A gripinha que mata
Pode mais quem chora menos. O vírus não está chorando, ao contrário, está dando a volta nas vacinas, se reinventando em cepas novas, mais contagiosas e possivelmente mais letais.
Enquanto os Estados Unidos passam a marca trágica dos 500 mil mortos, em consequência das sandices do ídolo do grande capitão, também mudam o rumo da carruagem, aprimoram a vacinação e já estão imunizando mais de um milhão de pessoas por dia.
Aqui o barco segue sem rumo, sem rota, comandado por um especialista em logística que não sabe o que é isso. Enquanto ele promete mundos e fundos e manda usar as vacinas separadas para serem aplicadas como segunda dose nas pessoas já vacinadas, algumas cidades suspendem a vacinação por falta de vacinas.
Leia também: A pandemia foi pro saco
Ao mesmo tempo, a Fiocruz informa que ainda não assinou o contrato com Oxford para a fabricação da vacina no Brasil. E o Butantã informa que os insumos chineses estão atrasados porque o governo complica.
Quer dizer, estamos no mato sem cachorro? Não sabemos quando teremos novas vacinas? Para o universo isso é completamente indiferente.
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.