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Vila de Piratininga

Diz a história que, em 1532, Martim Afonso de Souza subiu a Serra de Paranapiacaba e fundou, no Planalto do outro lado, a Vila de Piratininga, com Concelho eleito e Pelourinho instalado.

Não era uma grande povoação, nem poderia ser. No planalto, naquela época, moravam poucos europeus, mamelucos e índios tupis, das tribos de Tibiriçá, Pequeroby e Caiuby, os três morubixabas ligados por laços de sangue, que comandavam os tupis da região.

O grande homem branco era João Ramalho, que tinha subido a serra para, junto com Tibiriçá, de quem era genro, descer índios do sertão e levá-los para a Vila dos Escravos, depois São Vicente, onde eram embarcados para repor as tripulações dos navios que cruzavam o Atlântico.

Ninguém sabe exatamente onde ficava a Vila de Piratininga. O que é certo é que teve duração efêmera, com seus habitantes mudando-se para Santo André da Borda do Campo poucos anos após sua fundação.

Santo André provavelmente era a taba de Tibiriça, ou um apêndice dela, onde mandava João Ramalho, casado com Bartira e pai de larga descendência.

A razão da fundação da Vila no planalto foi estratégica. Ela deveria defender São Vicente, por um bom tempo, a maior alfândega da Coroa no Novo Mundo, de eventual ataque pela retaguarda, tentado pelos castelhanos de Assunção, através do Caminho do Peabirú, que ligava o litoral ao centro do continente.

O Peabiru foi fechado por ordem do Governador Geral Tomé de Souza, também querendo proteger São Vicente de um ataque castelhano.

A Vila de Piratininga é o começo. A consecução da história acontece em 1560, com a fundação da Vila de São Paulo de Piratininga, herdeira do pelourinho de 1530, em torno do colégio dos jesuítas.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.