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A CET implica com a ponte

A CET implica com a Ponte Cidade Jardim. Não tem o que fazer. Nela eles apagaram o nome com a tranquilidade dos analfabetos funcionais que não têm noção da importância dos marcos urbanos.

Tanto faz se outras pontes das duas marginais têm dois nomes. A Ponte da Cidade Universitária é um bom exemplo e eu garanto que ninguém sabe o segundo nome, razão pela qual eu não vou contar.

Ela fica perto, chama a atenção, mas não explica o porquê da CET apagar o nome Cidade Jardim da Ponte Cidade Jardim.

Eu não conheço o Engenheiro Roberto Zuccolo. Sei que foi líder de classe, que tem uma bela carreira, mas isso não é motivo para trocarem o nome de um marco da cidade pelo seu nome.

Ainda que ele fosse Sócrates, Guilherme Segundo ou Carlos Quinto, não seria razão para apagarem o nome da ponte. Ela marca a travessia do Pinheiros, a expansão de São Paulo em direção à outra margem, abrindo espaço para o Morumbi e tudo que veio depois.

Mas a gloriosa incompetente, a dona do caos que para São Paulo, a responsável pela má avaliação do prefeito, insiste no absurdo. Segue em frente apagando a história, enquanto arrumar o trânsito, que seria sua missão precípua, segue um sonho distante, transformado em pesadelo para todos que, por uma razão ou outra, precisam trafegar por São Paulo. 

A falta de respeito com quem veio antes é marca registrada da mediocridade nacional, que, ao mesmo tempo que nos condena à pobreza, tenta apagar os competentes do passado para evitar comparações. 

A CET prima por ser ruim. Mas tanto faz a desculpa, bajula os donos do poder e segue em frente. Aumenta e diminui velocidades de acordo com a vontade deles, mas resolver os problemas do trânsito e manter os marcos urbanos vivos, isso não passa pela ideia de seus dirigentes.    

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.