Show de horrores
Nem começou a distribuição de nossas poucas vacinas e o show de horrores já entrou em cena nas mais variadas regiões do país, inclusive São Paulo, Capital, onde parece que o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo foi privilegiado com uma quota maior que o volume destinado aos demais hospitais da rede e que serviu para vacinar gente sem qualquer contato com o coronavírus.
Leia também: Vacina no Cristo Redentor
No Amazonas, filho de deputado furou a fila, filhas de empresário furaram a fila e, com certeza, mais gente também se deu bem. Na Bahia, um prefeito foi o primeiro a ser vacinado com o argumento de que é do grupo de risco, apesar de não ter nenhuma atuação no combate à pandemia, nem ter qualquer vínculo com a saúde pública.
Nada de novo debaixo do sol. Do outro lado, temos exemplos, que não precisam ser nominados, de diretores e gestores de hospitais que, em função do cargo, poderiam receber a vacina, mas que fizeram questão de dizer em público que não seriam vacinados porque não estavam na linha de frente do coronavírus. Nada como o bom exemplo.
Cada um é cada um. Tem quem tenha espírito público, quem tenha caráter e quem é malandro e só quer salvar o seu, danem-se os outros.
Leia também: Sem vacina para todo mundo
É lamentável que esses casos aconteçam com mais frequência do que seria razoável. É pena que gente esperta queira levar vantagem e, de franquia de loja de chocolate para fora, use qualquer subterfúgio para se dar bem ou enganar o próximo.
A pandemia está aí e vai continuar aí por muito tempo, porque o Brasil não tem nada de parecido com as trezentas milhões de doses que seriam necessárias para imunizar a população. Também não tem seringas, nem pessoal treinado. O risco é, por conta da demora, a população se revoltar e virar a mesa porque o Governo Federal não fez a sua parte.
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h