Pressione enter para ver os resultados ou esc para cancelar.

Contribuição única

A grande contribuição do PT para o progresso tecnológico e econômico nacional foi a tomada de três pontos. Única no mundo, ela não se parece, nem é compatível com qualquer outra tomada, tanto faz se russa, americana, cubana ou desenvolvida pelos magos de Samarcanda.

A tomada de três pontos brasileira é brasileira e ponto. Ninguém tem nada igual, ninguém copia, ninguém reivindica a patente. Ela é nossa e de mais ninguém.

Nem a jabuticaba é tão brasileira quanto a tomada de três pontos oficializada como a tomada de uso obrigatório nos imóveis situados nos oito e meio milhões de quilômetros quadrados do território nacional.

Ela é tão única, tão exclusiva, tão tecnológica que ela é única, mas é duas. Isso mesmo, a tomada de três pontos brasileira, apesar do singular, de verdade são duas. O que aumenta o faturamento dos interessados.

Uma para uma coisa e outra para outra coisa. Até nisso nós inovamos. Nós temos dois tipos diferentes de tomadas porque temos vários tipos diferentes de demanda de energia.

Uma torradeira pode demandar menos que um liquidificador, uma batedeira de bolo pode demandar menos que uma cafeteria elétrica e por aí vamos, num ritual pseudo gaélico, que nos joga na maravilhosa realidade de termos uma tomada que de verdade são duas e, por isso, dependendo do modelo e do equipamento a ser conectado, a conexão não acontece porque os pinos não entram nos buracos.

Há quem diga que a contribuição de xamãs euroasiáticos foi crucial para chegamos na nossa tomada. Que, se não fosse a técnica de fazer fogo com rolinhos de paus, ela não teria sido criada. Até pode ser… Ninguém me convence que atrás dessa história não tem outros interesses. Mas isso é outro assunto. Hoje só quero homenagear a tomada brasileira.

Ouça esse conteúdo:

 

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.