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Cultura é vida

Dez mil anos de história geraram cultura, conhecimento e uma base sólida para o ser humano evoluir e se tornar o mestre do planeta.

Imaginar que apenas as matérias exatas fazem sentido e colaboram para a evolução humana é tão estúpido quanto queimar os livros que o partido Nazista não gostava em enormes fogueiras Alemanha a fora.

As ciências humanas dão a base necessária para as ciências exatas se desenvolverem. As grandes questões éticas, essenciais para a vida em sociedade, são geradas, amadurecidas e formatadas pelas ciências humanas.

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Sem história, sociologia, filosofia, arqueologia, antropologia, direito, política e as demais matérias chamadas humanas, a história da humanidade não teria se desenvolvido como se desenvolveu, os enormes avanços técnicos não teriam acontecido, o ser humano não teria ido à lua, nem estaria voando para fora do sistema solar.

Sem arte também estaríamos nas cavernas. Sem pintura, escultura, dança, música, teatro e literatura, a humanidade não teria absorvido a beleza, o profundo e o essencial da vida, nem estaria pronta a permanentemente superar os desafios morais que nos fazem melhor.

Cultura é vida. Não há diferença entre as equações matemáticas e os silogismos propostos pela filosofia. Sem filosofia, sem resposta aos problemas filosóficos, as equações matemáticas seriam mancas ou vazias e não serviriam para nada.

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As ciências exatas são essenciais ao desenvolvimento material, mas as ciências humanas são quem garante o crescimento moral, sem o qual a barbárie é a única resposta. O General Millan Astrai, ao entrar na Universidade de Salamanca, proclamou: “Abaixo a inteligência, viva a morte”. Parece que estamos vivendo tempos distantes da resposta de Miguel de Unamuno: “Viva a inteligência, abaixo a morte.”

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.