Arquivo de categorias para "Crônicas"
Cinco milhões e contando
O mundo atingiu a marca de cinco milhões de mortos pela covid19. É um número apavorante, mas não acabou. A conta segue em frente e os dias trazem, monotonamente, sua cota de mortos. Varia a região em que morre mais ou morre menos, mas a morte segue firme, cavalgando pela…
Eu também vou andar de negro
Contra fatos consumados não há o que fazer. Ou se aceita, ou se aceita. Qualquer outra posição é tolice. O que já foi, foi, e o máximo que é possível fazer é tentar mudar, mas pra frente, porque o que passou, passou, e não tem jeito, nem mesmo quando a…
A cidade indiferente
A cidade pode ser terrível. Pode ser má e cruel como nenhuma mulher é capaz ou um homem ousaria sonhar. A cidade pode ser dura e injusta… e ela é, e não se importa. Qualquer grande cidade vive os milhões de vidas que a compõem, pulsando em suas ruas o…
A igreja de São Gabriel
Eu não sei se a igreja de São Gabriel é uma igreja triste numa rua feia, ou se é uma igreja feia numa rua triste. Provavelmente seja os dois, o que me faz ter um pouco de simpatia por ela. Espremida na calçada estreita da avenida cinza, cinza também ela,…
Os olhos de Maria
Os olhos de Maria veem a cidade de um jeito diferente. Os olhos de Maria veem a cidade com os olhos de Maria, com o jeito de olhar de Maria e o jeito de olhar de Maria é diferente do seu e do meu. O jeito de olhar de Maria…
Essa flor é sua
Olha, vê aquela quaresmeira ainda tão pequena e já querendo florir. Olha a força que ela faz para que sua primeira flor, ainda um botão, quase perdido entre suas poucas folhas, cresça. É a vida recomeçando seu ciclo. É a vida impondo o seu ciclo, usando a vaidade de uma…
Mais de sessenta e tocando
Faz sessenta e um anos que eles começaram e cinquenta e um que pararam, mas seguem firmes e fortes, tocando nas paradas de sucesso até os dias de hoje. Os Beatles mudaram a música. Sua chegada iniciou um movimento revolucionário que ainda não acabou, pelo contrário, segue sólido, na base…
Pra não falar do feio
Eu poderia dizer que está ficando feio, que a vaca está indo pro brejo, que já vimos esse filme e que nunca acabou bem. Ao contrário, a sina do Brasil é, toda vez que ameaçamos dar certo, aparecer alguém que dá um cavalo de pau e nos joga no lamaçal…
Solidão das ruas
As ruas das grandes cidade são cheias. Gente vai de um lado para o outro…sem olhar para o lado, sem olhar que vai e quem volta, como se fosse a única pessoa andando pela calçada. As ruas das grandes cidades são movimentadas, têm barulho, camelôs, vendedores de promessas e milagreiros…
Morando na rua
Ninguém, ou praticamente ninguém, em sã consciência, escolhe morar na rua, passando frio e tomando chuva, debaixo de uma marquise, na porta de um prédio, mal protegido pela estrutura de uma ponte. No entanto, a cada dia que passa, mais e mais pessoas, mais e mais famílias, seguem o caminho…