Os sabiás de madrugada

Não tem nada de novo, faz muitos anos que eles invadem a madrugada com seu piado comprido. No começo, foi novidade; agora, como já faz tempo que acontece todos os anos, tem gente que gosta, tem gente que não gosta. Enfim, a democracia se apresenta com todas as suas cores…

Continuar lendo

Um telefonema da fome

O Brasil tem perto de quarenta milhões de cidadãos em situação de vulnerabilidade para a fome. Dados como esse nos envergonham, despertam a solidariedade, mas não ferem os corações e as mentes. São abstratos, teóricos, assépticos, absorvidos dentro de casa, sentado numa poltrona vendo TV, lendo o jornal, ouvindo um…

Continuar lendo

A chuva, o orelhão e o vendedor de caju

[Crônica do dia 26 de março de 1997] Teoricamente não há qualquer relação entre uma chuva, um orelhão e um vendedor de caju. Pelo menos não deveria haver, muito embora na longa linha das ligações improváveis, e com base na teoria dos grandes números, nada seja impossível, nem mesmo uma…

Continuar lendo

De Franca para França

[Crônica do dia 6 de julho de 2004] Meu amigo Antonio Palma decidiu escrever um livro. Chama-se Ventos que Sopram de Franca para França. Livro curiosíssimo, só pela estrutura da narrativa já merece a leitura. Meio romance, meio autobiografia, meio ensaio sobre as diferentes realidades nacionais, o livro do Palma…

Continuar lendo

Amoras e jabuticabas

O tempo é de fartura. As amoras e as jabuticabas estão quase na boca, amadurecendo nos galhos, prontas para chegar. Quem gosta de amora e de jabuticaba tem pela frente o grande momento do ano. O instante em que as frutas maduras se oferecem inteiras, para pássaros e gente, no…

Continuar lendo

O largo da matriz paulistano

[Crônica do dia 2 de março de 2004] As cidades do interior têm no largo da matriz seu coração. É neles que as coisas acontecem, que vida gira, como nos footings dos domingos dos anos 60. Homem andava para um lado e mulher para o outro. O namoro acontecia na…

Continuar lendo

Em São Paulo ser racista é estúpido

Racismo é estúpido em qualquer lugar do mundo. Tanto faz continente, país, cidade, racismo é estúpido. Sem sentido, é a negação do óbvio: que todos nós viemos da África – tanto faz se alguém acha outra coisa, foi de lá que o homo sapiens saiu para ocupar o planeta. Não…

Continuar lendo

O quase fim de uma escola

O Liceu Coração de Jesus, depois de mais de cento e trinta anos de presença ininterrupta na vida da cidade, disse que ia fechar suas portas. A tradicional escola dos Campos Elíseos não dá mais conta do recado, não tem alunos suficientes para pagar sua manutenção e funcionamento. É triste….

Continuar lendo

O colapso

[Crônica do dia 20 de março de 2001] Daqui no máximo duas semanas São Paulo vai parar. O argumento que tem mais carro do que rua é muito bom, mas faz tempo que é assim e o trânsito nunca esteve tão ruim como está agora. Nem no final da administração…

Continuar lendo

Os ipês brancos

Os ipês brancos decidiram florir. É a florada mais bonita e mais rápida de todas. Dura poucos dias, mas enquanto dura tem a capacidade de transformar a vida, embelezar o pedaço como se uma nevasca caísse sobre a árvore e fosse fotografada antes da sujeira da rua manchar seu branco…

Continuar lendo