As quaresmeiras estão floridas

  Ano estranho. As quaresmeiras estão floridas, a quaresma está em curso, a Páscoa chega em menos de quarenta dias e, no entanto, o começo de tudo não foi o silêncio do surdo, depois de quatro dias de folia. Esse ano não teve batucada, blocos nas ruas e desfiles de…

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E as chuvas virão

Um belo romance que retrata uma Índia que há muito não existe mais, tem, em português, o título de “E as chuvas vieram”. Retrata os estragos causados pela inundação, depois que o excesso de água rompe a barragem de uma hidroelétrica no interior do país. São Paulo não tem, em…

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Lua cheia em Sagres

No alto do promontório de Sagres o Infante Dom Henrique contemplava a imensidão Atlântica sonhando descobrir terras escondidas pelos séculos e pelas lendas. Pra lá da vastidão azul quebrando incessantemente no lado norte das escarpas abrutas, havia de haver terra, muita terra, e outros povos para negociar e serem convertidos…

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Não comi goiabas

  Já é fevereiro, a safra está no fim, se é que pode se chamar de safra, e eu não comi goiabas no pé. Este ano eu não comi goiabas e provavelmente não vou comer. Coisas da pandemia ou mais uma das mudanças de rotina causadas pela pandemia. Todos os…

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As orquídeas no verão

As orquídeas são flores terríveis, orgulhosas e convencidas, cientes de sua beleza, o que as faz mais cruéis que a média das flores, ainda que sendo falsas parasitas porque não matam o pau onde escoram. As orquídeas são capazes de coisas dramáticas, de gestos impensados, que as colocam nos lugares…

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Praça Wendell Wilkie

Praça Uendel Uilque ou praça Vendel Vilquie? O nome é difícil, como eram as encostas da praça, antes de construírem as escadas que sobem a pirambeira, ligando o alto do morro ao largo do postinho do Pacaembu, justamente a praça Wendell Wilkie. Desde quando eu era menino, nos anos 60,…

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O ipê da frente da casa onde cresci

Eu cresci numa casa gostosa e ampla, construída por meus pais, no bairro do Pacaembu. Foi uma casa boa, que deixou lembranças boas e onde, na média, a vida correu feliz. No jardim da casa tinham árvores, cada uma a seu modo, com uma história. Na lateral direita, tinha um…

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A mancha ao longe

De repente, sem nenhuma razão especial, você olha para um lado e vê, longe, quase no horizonte curto da cidade, uma mancha destoando do cinza padrão que faz mais triste o cinza do céu e o cinza triste do dia das pessoas que têm medo e passam por essa vida…

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As cerejeiras paulistanas

Eu não conheço o Japão. Por isso nunca vi as cerejeiras do monte Fuji. Aliás, por isso, nem sei se o monte Fuji tem cerejeiras. Mas eu gosto de pensar que tem e que elas são as mais bonitas de todas, inclusive do que as cerejeiras de Washington que são…

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Redundância

Dizer que eu amo as flores é reforçar o que eu digo desde outubro de 1992, quando comecei escrever as “Crônicas da Cidade” e leva-las ao ar pela rádio Eldorado. Mais que isso, é voltar no tempo, para a época em que me metia no mato da fazenda e ficava…

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