Arquivo de categorias para "Crônicas"
O comitê da sardinha
D. João VI sorriu no seu caixão. Afinal, depois dele foi a primeira vez que alguém se preocupou seriamente com o problema da sardinha no Brasil. Ao contrário do que muita gente pensa, o rei português estava longe de ser um imbecil. Na longa história dos reis, poucos monarcas tiveram…
O Itamarati fechou
O Restaurante Itamarati, um dos clássicos do Centro Velho, lugar com mais de meio século de histórias de todos os tipos, de uma simples visita para comer uma omelete a discussões filosóficas dramáticas, envolvendo nomes maiúsculos da vida brasileira, o restaurante não deu conta da crise e fechou as…
As espatódias querem sua vez
Quando eu era menino as espatódias se chamavam mija-mija. E eram apresentadas com este nome para gente tão importante quanto o prefeito de Paris, abismado com o tamanho da árvore e com suas flores vermelhas, cheias d’água, que serviam para fazer guerra entre as crianças que as apertavam com os…
Goiaba no pé
Estava quase convencido de que não ia dar, mas, como a esperança é a última que morre, não entregava os pontos. Não podia aceitar que, depois de anos comendo goiaba no pé, este ano não conseguiria fazê-lo. Que passaria batido, mais uma lembrança ou um “despresente” da pandemia. Com…
O mundo vai mal
Não tem dúvida, o Brasil vai mal. E no curto prazo não tem luz no fim do túnel, nem o farol do trem que vai nos atropelar apareceu. Estamos em meio às trevas. O sol não dá conta de varar a nuvem cinza dos mais de 250 mil mortos…
Ah, dizer as coisas
Aos poucos o mundo vai perdendo a capacidade de dizer as coisas. E é o mundo mesmo, porque o problema – que é um problema – afeta todos os povos, em todos os países, em todos os níveis. Cada vez mais, se diz menos, ou se diz pior, o que…
Aqui e lá
Depois de morrerem mais de 500 mil americanos, eles aprenderam e agora estão dando show, vacinando mais de um milhão de pessoas por dia. Mas não é só isso. Enquanto nosso Presidente não usa máscara, aconselha cloroquina e não compra vacina, os americanos, na era pós-Trump, pretendem ter vacinas…
A deterioração do Centro Velho
O Centro Velho de São Paulo já foi modelo de cidade moderna, de desenvolvimento socioeconômico, de pujança e riqueza. Pelas suas ruas estreitas caminhavam diariamente os nomes mais importantes do país – banqueiros, industriais, comerciantes, políticos, advogados, médicos, engenheiros -, todos se cruzavam de alguma forma e em algum momento…
O vírus dá as cartas
A pandemia continua correndo solta. Tem quem fale que estamos no pico da segunda onda, mas, se estamos, pelo jeito esqueceram de contar para ela. O coronavírus faz o que quer e agora, com a cepa brasileira, nascida no Amazonas, como que uma vingadora dos desatinos humanos que colocam…
Falar de amor
Não tem dia, nem hora para se falar de amor. Qualquer momento é bom, qualquer instante vale a pena, todo segundo justifica uma vida feita errada, sem carinho, sem ternura, sem compaixão. Falar de amor é bom como fazer amor. Falar de amor é o começo para se fazer amor….