Como anda sua fé

  Luciano Fleury é quase primo. É primo dos meus primos, por isso frequentava a casa de minha avó Wilma, na Rua Jandaia. Músico, meu colega de faculdade de direito, companheiro de noite, parceiro de música e poesia, é amigo da vida inteira. Por isso não estranhei quando, na hora…

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As pombas enganam

Tem gente que acredita que as pombas são o símbolo da paz. Provavelmente a ideia vem da Bíblia e do ramo de oliveira que a pomba que Noé soltou trouxe de volta para a arca, informando em nome de Deus que o Dilúvio tinha acabado. O problema é que as…

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Os ipês amarelos

  Os ipês amarelos são disciplinados. Esperaram as últimas flores dos ipês brancos cobrirem de neve as calçadas para entrarem com tudo, substituindo o branco dos natais nórdicos pelo amarelo dos Eldorados arrancados das lendas pela saga dos bandeirantes. Lagoa Dourada, Paraopeva, Martírios, Serra de Prata, Sabarabuçu, Goiás e as…

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Os entregadores de aplicativos

  São Paulo não parou durante os primeiros meses da pandemia porque, entre secos e molhados, eles estavam nas ruas, com suas motos, bicicletas e patinetes, os caixotes nas costas, entregando, entregando, entregando… Os entregadores de aplicativos são heróis tão importantes para a vida da cidade quanto os profissionais de…

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Teu sorriso

Teu sorriso tem qualquer coisa de mágico. Na época em que as agulhas imantadas ainda não eram cientificamente compreendidas e apontar sempre na direção da estrela mais brilhante tinha que ter uma explicação divina. Teu sorriso atrai meus olhos com a força do imã puxando para si um pedaço de…

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Os pernilongos reconquistam seu império

  Não é verdade que São Paulo é dos paulistas. São Paulo é dos pernilongos. E se alguém tem dúvida é só chegar na região do Rio Pinheiros e sentir na pele a sangria desatada da picada dos mosquitos. Nada de novo debaixo do sol. Faz tempo que é assim….

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O ipê da Santa Casa

  As bruxas não existem, mas que tem, tem. Os espanhóis sabem disso, como sabem que certos dias quentes são espelhos refletindo o calor do Cão, subindo das fornalhas do inferno. Gnomos, duendes e outros seres encantados dividem o espaço com o Saci e a Mula Sem Cabeça, enquanto a…

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O tempo passa

O tempo passa. E passa de várias formas. Passa nos minutos do relógio, nas datas se sucedendo dia após dia nas folhinhas que no fim do ano jogamos fora, nas estações, que em São Paulo não são tão nítidas. O tempo passa nos primeiros amigos que morrem ainda cedo e…

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O Ibirapuera visto de cima

O Parque do Ibirapuera visto de cima parece uma aquarela quebrando a monotonia da paisagem. É delicado, leve, ameno, amigo e belo. E cria uma mancha de alegria no coração da cidade, dando para o cinza de outras regiões a esperança de um bolsão verde, que curiosamente, nem sempre tem…

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A loucura, sempre a loucura

Quem dirige pelas ruas de São Paulo tem duas opções não necessariamente excludentes entre si. A primeira, aliás, não é sequer uma opção, é uma obrigação, como um ritual xamânico de sobrevivência. Quem bobear, dança. Não há apelação, apenas aleatoriedade quanto ao momento. E ele chega sempre. Basta ver como…

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