Arquivo de categorias para "Crônicas"
Sossego, ora o sossego
Barulho e cidade em movimento são parceiros na longa história do desenvolvimento urbano, aqui ou em qualquer outro lugar do mundo. A diferença é que aqui o barulho não tem hora, enquanto nos países desenvolvidos o barulho é regulamentado e ninguém se propõe a fazer barulho fora da hora permitida….
Mexericas no lugar das goiabas
Este ano eu comi uma única goiaba no pé. Não sei o que aconteceu, mas a praga que atacou as árvores nos anos passados se alastrou e acabou com as frutas nas árvores. Não teve goiaba para se comer no pé. Consegui uma única, exceção à regra, ao lado da…
O gesto
Teu gesto tem qualquer coisa de eterno, de muito antigo. Como se ele exprimisse o primeiro sentimento de carinho da primeira mulher, ele fala de coisas quentes, de sensações boas, de proteção e de segurança. Ele fala da enorme responsabilidade de criar e manter o lar. De fazê-lo acolhedor. De…
Pet é coisa cara
Pra quem acha que não, outro dia a Clotilde precisou ir ao veterinário e confesso que assustei com o total da conta. Foi mais caro do que uma criança no pediatra e não fizeram nada muito além de examinar rapidamente e aplicar uma injeção para dor. Pet deixou de ser…
O quase adeus às gravatas
Durante décadas eu usei diariamente uma coleira chamada gravata. Nunca achei graça no enfeite, mas, como tinha que usar, escolhia gravatas bonitas e de boa qualidade, o que faz que eu tenha até hoje gravatas, com mais de dez anos, com cara de novas. Eu me orgulho, dentro da minha…
As conversões impossíveis
Eu não sei como elas começaram, mas o fato é que vão se intensificando numa velocidade alucinada, como a que maioria dos carros gostaria de desenvolver pelas ruas de São Paulo. Mas se os carros não conseguem andar como gostariam, aumentando sempre mais a sua velocidade, o número de conversões…
Não há poesia na dor
Na dor não há poesia. Na dor há apenas a dor e a solidão desesperada que nenhuma mão minora, que nenhum gesto abafa, que nenhuma palavra acalma. Na dor há o sofrimento que espanta a poesia, por isso na dor não há poesia. A dor é a antítese da poesia….
A apologia da mortadela
Ao longo de sua história o homem foi se sofisticando e sofisticando a sua forma de viver. Das frias e escuras cavernas para as palafitas, das palafitas para casas de pedra, das casas de pedra para os palácios e dos palácios para o projeto Cingapura, nós podemos observar um claro…
As mortes de meu pai e minha mãe
Meu pai morreu no dia 3 de abril de 2006 e minha mãe, no dia 3 de abril de 2015. Faz respectivamente dezesseis anos que meu pai morreu e sete anos que minha mãe mudou de endereço. Foram viver na eternidade, depois de um longa vida casados aqui na terra….
Eternamente
Quando o caos dominava o mundo e a palavra ainda não fora dita, eu já te amava. Te amava antes da idade das coisas, em ondas que cortavam o universo, trombando com outras ondas, todas correndo sem sentido e sem ordem, exceto aquela em que estava o meu amor. Depois,…